domingo, outubro 15, 2006

A Música do Pai!


O Pai gentilmente pega Filho em seus braços
O Filho ama o modo como seu Pai o abraça
Porque Ele o abraça muito

Às vezes o Pai canta para ele enquanto o abraça
Na verdade, na maioria das vezes, o Pai canta simplesmente para que ele durma.
Mas, às vezes, o Filho canta de volta, no seu simples e único jeito.

E se você ouvir bem atentamente você pode ouvi-los cantar
Você vê?! Eles se amam muito! E eles amam cantar seu amor um para o outro!

O Pai, sendo um bom pai, ama o filho mais do que qualquer pai já amou um filho...
Mais do que o filho o ama...
E a música do Pai é sempre doce e calma, nunca forçada nem aborrecida...

“Eu não tenho outro!
Eu amo somente você!
Eu nunca vou te esquecer ou te deixar sozinho...
Eu te amo!
Oh, como eu te amo!
Eu te amo!
Oh, como eu te amo!
Eu não tenho outro!
Eu amo somente você!
Eu nunca vou te esquecer ou te deixar sozinho...”

E o Filho canta, em resposta:

“Aqui em seus braços sempre estarei!
Pelo precioso amor que tens por mim...
Eu te amo!
Oh, como eu te amo!
Eu te amo!
Oh, como eu te amo!
Aqui em seus braços sempre estarei!
Pelo precioso amor que tens por mim...”

Todo dia o Pai chamava o Filho:

“Filho! Venha andar comigo no cair da tarde...”

E o menino corria feliz de onde quer que ele estivesse.
Ele amava esses passeios, porque eles eram tão tranqüilos, tão refrescantes;
E porque ele sabia que quando eles já tivessem andado longe demais, o seu Pai o seguraria em Seu colo, o carregaria para a casa, cantando por todo o caminho...

“Eu não tenho outro!
Eu amo somente você!
Eu nunca vou te esquecer ou te deixar sozinho...”

E mesmo que o Filho sempre caísse no sono, nos braços do Pai, o seu coração ainda continuava cantando:

“Aqui em seus braços sempre estarei!
Pelo precioso amor que tens por mim...”

O Pai amava dar bons presentes para o seu Filho. Ele não queria nada mais que o melhor para ele. Não só provia todas as necessidades do menino, Ele também o vestia com as mais finas roupas. Um manto branco para todos os dias e uma capa de várias e lindas cores que cobriam seus ombros, para as caminhadas, juntos, à noitinha.

Você vê?! O Pai queria que todos soubessem que aquele era o seu Filho, que Ele amava muito!

E todos os dias eram como esse... Alegria e paz!
O Pai vivia para revelar o seu amor ao Filho...
E o Filho era consumido em seu amor pelo Pai...

Até que um dia... O menino conheceu um Estranho...
Um lindo Estranho...
Um homem mais bonito do que qualquer um que ele já tivesse visto...
Exceto pelo seu Pai, é claro!
E o Estranho falava em tons amáveis, como seu Pai.
Ele realmente soava como seu Pai, as músicas, a voz e tudo mais...
E ele disse ao menino para andar com outros, como era com seu Pai.
Tudo o que ele tinha que fazer era amar esse novo amigo, e cantar suas canções...

O menino pensou por um instante:

“Isso parece bom também! Porque se um amor era tão bom, então mais amores só poderia ser melhor!”

E depois de tudo ele já estava no tempo de começar a tomar suas próprias decisões.
Então ele decidiu que iria andar com outros... E ele andou para longe...
E enquanto ele ia, ele ouviu seu Pai o chamando ao cair da tarde...
“Filho! Venha andar comigo! Filho! Eu estou aqui!”

E Ele cantou para o seu Filho:

“Eu não tenho outro! Eu amo somente você! Eu nunca vou te esquecer ou te deixar sozinho...”

E Ele esperou... Mas, o menino não ouviu porque ele tinha dado seu amor para outro...
E enquanto Ele cantava a doce música do seu novo amigo, ele percebeu o que tinha decidido... Ele percebeu que tinha dado o seu coração para outro... Algo, de um modo novo, que seu Pai nunca faria... Como ele poderia encarar a face de seu Pai outra vez? Ele se sentiu tão sujo e indigno do amor de seu Pai. E a canção que antes trouxe tanta alegria para o seu coração, agora ele só queria fugir dali...

Enquanto seu Pai cantava para ele:

“Venha aqui, meu precioso... Eu sei que você está ferido!
E ainda que você tenha me deixado, eu te recebo em casa!”

E o Pai pegou o pequeno menino... Tirou seus medos, secou seus olhos, e o limpou... Enquanto o segurava perto do seu coração... Mais perto do que nunca houvesse segurado antes... E Ele cantou para o seu Filho:

“Eu não tenho outro! Eu amo somente você! Eu nunca vou te esquecer ou te deixar sozinho...”

E mesmo que o Filho sentisse o amor do Pai, não era como antes, e nunca seria igual novamente... E mesmo sabendo que o Pai o amava, o Filho não podia ouvir tão claramente como ante... Você vê?! Quando ele deu seu amor para outro, seus ouvidos estavam fechados para todos, a não ser aquele para quem ele entregou seu amor...

Então, mesmo sabendo que o Pai o amava mais intensamente do que antes, o Filho simplesmente não podia ouvir isso, ou acreditar... E o Pai continuava cantando para ele...

“Eu te amo!
Oh, como eu te amo!
Eu te amo!
Oh, como eu te amo!”

Dia após dia o Pai chamou pelo menino. E dia após dia o menino andou para longe e mais longe. E começou a dar o seu amor para outros de novo porque ele ainda tinha um espaço vazio no seu coração... Que antes era do seu Pai... Um espaço vazio que ainda precisava ser preenchido... Mas com o passar do tempo era mais e mais difícil ouvir a voz do seu Pai outra vezes... E ele começou a ouvir as vozes dos Estranhos de novo... E ele passou a cantar de volta para qualquer estranho que o ouvisse...

Você vê?! Ele ainda era um menininho, necessitado! E menininhos precisam do seu Pai! E se eles não vêm quando o Pai chama, eles se tornam desesperançosos e perdidos... Ele estava desesperançoso e perdido! Desesperadamente perdido! Com medo e vergonha! Machucado e sujo! Doente e morrendo... Sozinho no escuro... E todas as outras vozes que ele tinha dado o seu amor, todas elas, uma a uma pararam de cantar de volta para ele... Na verdade, as canções de amor delas se tornaram gritos de ódio e mentira! E os abraços calmos não eram mais gentis como os do Pai eram! Eles doíam, agora! Na verdade, seus braços eram mais como garras de dor e vergonha, parasitas, do que braços de amor... E um dia ele percebeu que estava numa armadilha sem ter como sair... E ele percebeu que só havia um que iria sempre amá-lo. E esse era o seu Papai!

Ah! Se o seu Pai pudesse ouvi-lo agora! Se ele ao menos estivesse lá!

E ele chorou...

“Papai tão querido, eu estou totalmente sozinho!
Eu estou com medo e quero voltar pra casa...”

E ele esperou...

Como o seu Pai poderia amá-lo depois do que ele tinha feito?

E então seus ouvidos ouviram um tom familiar... E uma voz familiar... E o seu coração sentiu um antigo calor, já conhecido...

O seu Pai o levantou... Segurou-o em seus braços e lhe deu um já conhecido, familiar abraço!

E o Pai cantou...

“Eu te amo! Oh, como eu te amo! Eu te amo! Oh, como eu te amo!”

E o seu Pai o segurou bem próximo, e enquanto o abraçava fez uma coisa estranha... Ele começou a tirar as sujeiras e as manchas, uma a uma, mostrando o seu amor pelo menino durante todo o tempo... Ele tirou todos os medos que o menino tinha conhecido. Ele o limpou de todo desespero e falta de esperança. Todos eles, cada um! Ele até cortou as feridas e a dor que o menino tinha sofrido com outros, tirou todas as palavras duras, pensamentos negativos ou maldosos que ele já tivesse tido! Quebrou a dureza do seu coração que havia se construído pelo orgulho próprio do menino. E ele secou cada lágrima e tirou dele toda dor e rejeição enquanto lavava a sujeira toda com que o Filho tinha se enchido e vestido, por muitos anos já...

E depois, ele fez uma coisa mais estranha ainda... Ele colocou todas essas coisas sobre ele mesmo! Até o castigo que o menino merecia como conseqüência das suas ações e valores! O menino estava coberto de paz e alegria, mas logo surgiu tristeza, quando ele percebeu o que tinha feito para seu Pai...

Você vê?! O jeito que todas essas coisas queimaram o menino quebrou o coração do Pai! Pois o Pai amava o Filho! Amava tanto que estava disposto a morrer pela sua Criança... E enquanto o monte de sujeira acabava com a sua Luz, o Pai ainda insistiu em cantar a canção... Como seu último suspiro...

“Eu não tenho outro... Eu amo somente você... Eu nunca vou te esquecer ou te deixar sozinho...”

E o menino apenas sentou lá... Totalmente sozinho... Paralisado por tão precioso amor!

E ele esperou, porque ele sabia que todas as outras vozes já tinham ido embora. Tudo o que ele podia ouvir era a música do Pai! A memória daquele final ficava repetindo vezes e vezes, sem parar, em seus ouvidos...
E depois de um tempo ele dormiu... O som do sono soava como desde a última vez que ele caminhou, ao sair da tarde com seu Pai! E enquanto ele dormia algo maravilhoso começava a tomar lugar... Ele começou a ouvir a música que o Pai costumava cantar para ele... Depois de um tempo ele pensou até poder ver a face de seu Pai... E estava quase certo de que podia sentir seu Pai gentilmente colocar o manto branco sobre ele... Depois disso a capa de todas aquelas cores maravilhosas era um sinal do profundo amor do Pai por ele...

Então ele sentiu um calor tão bom, que só poderiam ser os braços de seu precioso Pai o segurando bem próximo! E depois, o menino percebeu a verdade... O seu Pai estava lá, vivo! E isso não era nenhum sonho! Ele sabia que agora estava completo! Seu Pai o amava, não importava o que acontecesse... Disso ele tinha certeza agora, mais do que nunca! O menininho se segurou bem próximo de seu Pai porque ele sabia agora que não havia nada que o pudesse separar do amor de seu Pai! Nunca de novo!

Então eles se abraçaram... E cantaram a música...

“Eu não tenho outro! Eu amo somente você! Eu nunca vou te esquecer ou te deixar sozinho...”

“Aqui em seus braços sempre estarei! Pelo precioso amor que tens por mim...”

“Eu te amo! Oh, como eu te amo! Eu te amo! Oh, como eu te amo!”

(Daddy's Song - Dennis Jernigan
Versão: PAulo Dutra )

PS1: Hoje, sem palavras... Só as palavras dele... =)

PS2: "Musica do Pai"? Ou Música do PAulo? Huehuehue... Vai saber... =P

PS3: Azul... Que me trazem a memória Serenidade, Tranqüilidade, Suavidade, Compaixão, Gratidão...

PS4: A foto... Tem uma imagem escondida nela... Não por querer, mas foi o que saiu... Alguém sabe?! Palpites? ;-)

PS5: "No more PS's"... =D